quinta-feira, 23 de julho de 2009

“Me chamaram de nazista”

Roberta Fragoso Menezes Kaufmann, 31 anos, é formada em direito pela Universidade Federal de Pernambuco. É procuradora do Distrito Federal e advogada voluntária do Democratas (DEM). Em 2003, concluiu na UnB sua dissertação de mestrado sobre o sistema de cotas para negros. O orientador foi o hoje presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, que é professor da UnB. Roberta também assessorou, em 2001, o ministro Marco Aurélio Mello. O conteúdo da tese foi publicado no livro Ações afirmativas à brasileira: necessidade ou mito? “Me chamaram de nazista, facista, racista, quando fui dar uma palestra na UnB. Não consegui abrir a boca para expor meu pensamento. O atual sistema promove uma discriminação inversa”, diz ela. De todas as diversas dissertações da Faculdade de Direito da UnB, a dela é a única a contestar o sistema.

Sem impedimentos
O reitor da UnB, José Geraldo de Sousa, lembra que o próprio Supremo adota postura semelhante à das cotas em suas contratações. “O ministro Marco Aurélio, quando foi presidente do STF, orientou que nos contratos terceirizados se obedecesse o princípio de garantia à admissão de negros.” Nesse caso, será a AGU que vai defender a posição da UnB.

Roberta Kofmann explicou que ação não tem relação alguma com seu trabalho na Procuradoria do DF. “Sou advogada voluntária para o DEM, que já tinha se manifestado contra as cotas”, explicou. O ministro Gilmar Mendes disse ontem que não vê impedimento para apreciar o pedido, por ter sido orientador da tese de Kofmann, em 2003. “Não vou me dar por suspeito por causa disso.”

O governador José Roberto Arruda, que é do DEM, não tinha conhecimento da ação, mas defendeu o Programa de Avaliação Seriada (PAS), no qual as cotas também estão previstas. “A UnB tem um projeto de inclusão mais democrático, que é o PAS. Com ele, os estudantes ingressam na universidade de uma forma que não dá para burlar o sistema. Eu sou a favor do PAS”, comentou.

O site do caderno Eu, estudante, do Correio, publicou enquete que pergunta se o internauta é favorável à suspensão imediata do sistema de cotas da UnB. Às 21h30 de ontem, 1.193 votos haviam sido computados: 82% pelo fim das cotas e 18% pela manutenção delas. A pesquisa continua no ar.

FONTE: http://www.correioweb.com.br/euestudante/noticias.php?id=3820

OBS: O site do Correio erra ao declarar que as cotas estão previstas no PAS e, com isso, fazem o governador dizer o que não disse.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Congresso da UNE

Notícia retirada do portal globo.com

Começa limpeza de escolas depredadas durante congresso da UNE em Brasília
Secretaria de Educação cedeu colégios para acomodar estudantes.Estudantes disseram que vão pagar por prejuízos causados.

Do G1, em Brasília

A Secretaria de Educação do Distrito Federal começou nesta quarta-feira (22) o conserto das nove escolas públicas depredadas durante o congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), no último final de semana. Segundo a secretaria, foram encontradas cadeiras e torneiras quebradas, banheiros entupidos e sujeira. Os estudantes dizem que, apesar do lixo, somente uma fechadura foi danificada.


O banheiro de uma das escolas usadas como alojamento por congressistas da UNE em Brasília após a saída dos estudantes (Foto: Secretaria de Educação do DF)
De acordo com a secretaria, os prejuízos ainda estão sendo levantados. A UNE, por sua vez, disse em nota que vai arcar com todos os custos. O tesoureiro-geral da entidade, Harlem Oliveira, responsável pela vistoria nas escolas, disse ao G1 que todos os locais estarão limpos até o final desta quarta. Os estudantes usaram as escolas como alojamento durante o congresso, que reuniu cerca de 10 mil pessoas. O Governo do Distrito Federal afirma que encontrou nos locais, além da depredação, comida, papel higiênico, carteiras de cigarro, latas e garrafas de bebidas. Em uma das escolas havia, segundo a secretaria, um suporte para guardar camisinhas.


Mutirão
As aulas na rede pública do DF recomeçam na próxima segunda-feira (27). Segundo o secretário de Educação do DF, José Luiz Valente, o governo organizou um mutirão de reforma para que as escolas possam receber os alunos na volta às aulas, na próxima segunda-feira.

“O estrago é tão grande que hoje é terça feira e a gente não conseguiu terminar o levantamento [dos prejuízos]. Quem fez isso [a depredação] é vândalo mesmo, não tem eufemismo”, disse.

Segundo a entidade, os casos de depredação relatados pela Secretaria de Educação do DF tratam-se de “um comportamento isolado de alguns participantes que a entidade lamenta e condena."

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O coronelismo estudantil de esquerda

Não sei se vocês terão a mesma reação, mas eu fiquei embasbacado com este vídeo que vi, sobre a reação dos grevistas, contra aqueles que protestavam contra a greve e a favor da PM, na USP. Um grupo de estudantes distribuía cópias com os resultados desta consulta, com mais de 8000 votos, sobre o posicionamento da USP a respeito dos temas debatidos.

Foram gritadas palavras como: "fora, fascistas"; "seu lugar não é aqui"; "minoria não tem vez"; e "vaza, vaza, vaza daqui". Não há qualquer apreço pelo diálogo democrático ou, mais importante, respeito pela liberdade de pensamento e expressão. Ainda que fosse um grupo minoritário - e a pesquisa prova que não o é - o direito das minorias deve ser preservado a todo custo - sob pena de se gerar uma tirania da maioria.

Estes grupos "tradicionais" são, certamente, a parte coronelista do movimento estudantil. Entendem que, como por delegação divina supostamente expressa no Capítulo 35 versículo 31 de O Capital, herdaram por direito a representação (i)legítima de toda uma massa de estudantes.

Que saudade tem a esquerda da época que podia fazer tudo sozinha e chamar os outros de "alienados"... Mas os coronéis dos DCEs e CAs perderam espaço. Agora têm sua voz contestada... Acham que conseguem ganhar no grito, no batuque, na força. Mesmo sem dinheiro e sem suporte político os dissidentes têm conseguido se fazer ouvir - ainda que, por vezes, tenham de se submeter à agressão dos coronéis.

Não por acaso foram forçados, por seu próprio enfraquecimento, a suspender sua greve. Ao que parece, o coronelismo estudantil e sindical está se desmoronando, lá como cá.

Observem, vocês também, a mais clara expressão do coronelismo estudantil de esquerda:

Blog da Liberdade