terça-feira, 30 de março de 2010

Sobre estupro, violência e oportunismo

Notícia veiculada pelo portal da UnB:

Reitor responde às reivindicações das mulheres

Reitoria vai corrigir problemas de iluminação, segurança e transporte apresentados por grupo de alunas da UnB
Thais Antonio - Da Secretaria de Comunicação da UnB



O reitor, José Geraldo de Sousa Junior, propôs soluções para as reivindicações apresentadas pelo Coletivo Unificado de Mulheres da UnB. Em protesto realizado no dia 19, as integrantes da organização exigiram da Reitoria segurança e iluminação do campus e das vias de acesso à universidade, ampliação do horário do transporte noturno gratuito até a L2 Norte e políticas da UnB para mulheres.

As propostas da Reitoria incluem a criação de uma ouvidoria para tratar das denúncias de assédio moral, limpeza dos terrenos baldios ao redor da universidade, abertura de licitação para ampliar e corrigir a iluminação no campus e ampliação do horário e trajeto do transporte coletivo noturno. O documento afirma também o compromisso da Reitoria em garantir o cumprimento da cota de 20% da ocupação dos cargos de vigilante da UnB por integrantes do sexo feminino, além da criação de um grupo de trabalho para elaborar o projeto de fundação de um Centro de Referência para Mulheres na universidade.

“A gente recebeu uma resposta da reitoria para cada um dos pontos do manifesto e vamos avaliar, afirma Joyce Holland, aluna do 7º semestre de Tradução-Francês e integrante do Coletivo. O reitor declarou às estudantes que "o documento será sempre insuficiente em relação aos problemas. "Mas é o que a gente pode fazer”, justificou.

Apresentadas em protesto contra o estupro de uma aluna do curso de Letras no dia 15, as reivindicações foram analisadas e discutidas em um grupo de trabalho formado pela Reitoria. “Nós não estamos entregando apenas as respostas das questões levantadas por vocês, mas uma série de documentos que mostram o encaminhamento de cada questão”, explicou às estudantes a decana de Assuntos Comunitários, Rachel Nunes.

A decana afirmou que a solução para a maioria das reivindicações apresentadas pelo coletivo já estava em curso. “As questões são relevantes e refletem a preocupação cotidiana do reitor e da universidade”, comentou.

Na plateia de alunas que recebeu o documento da Reitoria, havia apenas um representante do sexo masculino. Rafael Gontijo, estudante do 3º semestre de Comunicação Social, foi à reunião por curiosidade, mas ressaltou seu apoio às reivindicações do Coletivo de Mulheres. “Eu apoio as causas apresentadas. Acho que a questão feminina é uma emergência”, disse.

EXIGÊNCIAS E PROPOSTAS

Limpeza de descampados e iluminação efetiva de todos os campi da UnB e vias de acesso
Resposta da UnB: Foi enviado um ofício à administradora regional de Brasília pedindo a limpeza do terreno em que ocorreu o estupro. Quanto à iluminação, a Reitoria afirma que a Prefeitura do Campus tem realizado adequação no sistema existente e que foi aberta, em 24 de março, licitação para execução de melhorias na rede.

Ocupação de 50% dos cargos de segurança da universidade por mulheres
Resposta da UnB: Os contratos com as empresas responsáveis pela vigilância e portarias prevê que 20% das vagas sejam ocupadas por mulheres. A Reitoria assumiu o compromisso de observar o cumprimento da previsão.

Ausência de canal para denúncia dos casos de assédio moral de mulheres na universidade
Resposta da UnB: A Reitoria vai criar uma ouvidoria para esses casos.

Ampliação dos horários do transporte gratuito interno
Resposta da UnB: A Reitoria acatou a sugestão de horários do manifesto e aguarda resposta do Transporte Urbano do Distrito Federal para incluir no percurso a parada de ônibus do HUB.

Criação de um centro de referência das mulheres
Resposta da UnB: A UnB vai constituir um grupo de trabalho para elaborar projeto de criação de Centro de Referência para as mulheres, sob a coordenação da professora Lourdes Bandeira, subsecretária da Secretaria de Políticas Públicas para a Mulher, do Governo Federal.

Construção e manutenção de creches vinculadas à UnB, estabelecidas em seus respectivos campi
Resposta da UnB: As servidoras da UnB têm direito a auxílio-creche. A universidade pretende expandir o auxílio para estudantes em vulnerabilidade social e econômica e está elaborando um Programa de Educação Infantil que deve passar a vigorar em 2011.

Licença maternidade

Resposta da UnB: A UnB cumpre a lei que prorroga a licença maternidade para seis meses.

Transparência em relação aos casos de estupro e de todos os tipos de violência contra a mulher praticados nos campi
Resposta da UnB: A universidade tem divulgado os casos de violência por meio da Secretaria de Comunicação, com o cuidado de não expor as vítimas.






COMENTÁRIO de Saulo Said, membro da Aliança:

Infelizmente, o caso do estupro da estudante de Letras vem sendo apropriado pelas feministas de carteirinha da UnB. Trataram de um problema de segurança pública como se fosse uma questão de gênero, o que mascararia o descaso com a violência contra a mulher e a ausência de políticas para mulheres e bobagens do gênero.

Se isso de alguma maneira conforta as representantes do belo sexo então eu afirmo: não existe um descaso específico com as mulheres quando o assunto é segurança. O descaso é geral, a começar pela ausência de policiamento no campus onde passam mais de 30.000 pessoas diariamente.

Como até os bandidos já perceberam, a UnB é uma anarquia. Como dissera John Locke, só existe liberdade onde existe a lei para por limites as liberdades individuais. E a lei, por sua vez, só tem poder de fato quando existem magistrados capazes de coibir o crime ou apanhar o infrator. Na ausência desse magistrado, reingressamos no estado de natureza. E o resultado disso é que covardes, como aquele que estuprou a estudante de Letras, se sentem seguros para cometer delitos.

A insegurança é geral, só os crimes e as vítimas é que variam. E quando falo de insegurança não me refiro apenas a estupros, sequestros, roubos e furtos. Eu já tive o desgosto de ver um protesto anti-semita na BCE,levado a cabo por anarquistas vestidos de preto e com pedaços de madeira nas mãos. Isso também é violência.

No mais, não existe essa de que só as mulheres é que sentem e lastimam crimes contra mulheres. Os maiores afetados pelo crime bárbaro ocorrido foram a moça (a vítima), logo seguida de seus familiares e amigos. De resto, qualquer ser-humano civilizado é capaz de se sensibilizar com o ocorrido. Não é o orgão genital que controla nossa capacidade de sofrer por atrocidades cometidas contra nossos semelhantes e sim nossos valores.

Para utilizar a linguagem leninista (uma gentil concessão que faço aos esquerdosos), o coletivo que exclui homens demonstra oportunismo. Aproveitaram a circunstância trágica para defender a tese do descaso da sociedade machista (ou patriarcal) em relação aos crimes cometidos contra a mulher. Como se nós homens não tivéssemos mães, amigas, tias, avós ou namoradas pelas quais sentimos afeto.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Aula-debate com Paulo Roberto de Almeida


O Professor e Diplomata Paulo Roberto de Almeida respondendo perguntas dos estudantes.

"É um fato que o Brasil melhorou bastante nos últimos anos, mas menos do que se pensa, ou se apregoa, e menos do que o necessário;

É minha opinião que o Brasil continua a padecer de graves disfunções estruturais e sistêmicas , em especial no terreno educacional, no âmbito institucional e até no plano psicológico (ou mental), o que o impede de reconhecer essas deficiências e de estabelecer um consenso em favor de um penoso, mas necessário processo de reformas estruturais e institucionais;"

sexta-feira, 19 de março de 2010

EVENTO COM NOVA DATA!

A Aliança pela Liberdade, com o apoio dos Centros Acadêmicos de Ciência Política, Direito, Economia e Relações Internacionais, convida para a Aula Debate a ser proferida pelo diplomata e professor Paulo Roberto de Almeida em torno do tema:

O Direito, a Política e a Economia das Relações Internacionais do Brasil: Uma abordagem não-convencional

a ser realizada no Auditório Joaquim Nabuco, no dia 22.03.2010, 10:00h,
com base nos argumentos do seguinte texto do autor:
De la Démocratie au Brésil: Tocqueville de novo em missão”,
Está previsto tempo suficiente para debate, em seguida a breve exposição do palestrante.

O EVENTO OCORRERÁ MESMO DURANTE O PERÍODO DE GREVE. RESPEITAMOS E APOIAMOS A PARALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE DOCENTES E SERVIDORES, MAS CREMOS QUE ATIVIDADES PARALELAS COMO ESTA FORTALECEM A IDÉIA DE MOBILIZAÇÃO E VALORIZAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA.
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sexta-feira, 12 de março de 2010

Evento cancelado

A Aula-debate com o Professor e Diplomata Paulo Roberto de Almeida foi cancelada em função da greve. Buscaremos uma data alternativa e em breve traremos novidades.

sexta-feira, 5 de março de 2010

O elogio da civilidade


No semestre que se inicia a Aliança pela Liberdade organizará uma série de palestras e debates a respeito de importantes temas, como a crise financeira internacional, a liberdade de expressão e o alcance da ação estatal no Brasil. Acreditamos que está nas bases de nossa vocação como grupo acadêmico-político a chamada para o debate e a reflexão de temas que ainda são tratados com timidez no espaço universitário.

Afinal, qual a missão da universidade? Insisto em proclamar que seja aproximar-se da verdade, sem dizer o que deve ser, sem prescrições de engenharia social, mas ao menos dizendo o que não é, para aproveitar lição do geneticista Sérgio Pena em sua recente participação na Audiência Pública das cotas raciais no STF. Há aqueles que dizem não existir a verdade, mas, citando uma velha lição "A is A. Existence exists".

Pois bem, começaremos essa busca com contribuição do ilustre diplomata e professor Paulo Roberto de Almeida (http://diplomatizzando.blogspot.com/) na manhã de segunda-feira 15 de março. Às 09:45h terá início aula-debate no Joaquim Nabuco (FA) com o professor sobre temas fundamentais de nossa estratégia nacional, passando por relações internacionais, política, economia e direito.

Mas qual a razão do título que encabeça este post? O evento que abre nosso ciclo de reflexões não se daria sem a valiosa contribuição dos Centros Acadêmicos de Direito, Ciência Política, Relações Internacionais e Economia. Por mais que em muitos casos sejam divergentes as percepções ideológicas dos membros da Aliança e das diretorias dos mencionados centros, encontramos não mais do que simpatia e colaboração por parte delas.

A civilidade não pode submeter-se aos falsos dilemas entre direita e esquerda.

Blog da Liberdade