quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Membro da Aliança pela Liberdade é destaque no portal da UnB





Davi, 22, 9º semestre de Engenharia Elétrica, foi reconhecido por reduzir a qualidade de imagens em ressonâncias magnéticas


Diogo Lopes de Oliveira - Da Secretaria de Comunicação da UnB

Desde cedo, Davi Marco Lyra Leite seguiu o conselho dos pais. “Seja útil”, eles diziam. Assim, o jovem que finaliza seu curso de graduação no próximo mês de junho, cresceu com a preocupação de melhorar a qualidade de vida das pessoas. “Entrei na universidade com a certeza de que queria trabalhar com tecnologia médica. Só não sabia se em Física ou Engenharia”, relembrou Davi.

O reconhecimento ao esforço de Davi veio por meio de uma das mais conceituadas instituições de sua área, o Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE). Ele recebeu o segundo lugar na categoria Engenharia Elétrica no Concurso de Papers Estudiantiles Región 9, que reuniu trabalhos de graduação e pós de dez países latinoamericanos.

A inovação do trabalho de Davi é tornar possível que mais de uma bobina possa colher dados durante a ressonância magnética. O resultado é bem útil: os pacientes passam menos tempo em exposição e não precisam prender a respiração ou ficar praticamente imóveis durante todo o exame. O artigo premiado foi escrito sob a orientação de João Luiz Carvalho, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UnB.

Além do recente prêmio, Davi já recebeu medalhas e distinções acadêmicas da Sociedade Brasileira de Física, do Exército Brasileiro, e da Sociedade Brasileira de Astronomia. O jovem pesquisador tem publicações no Caderno de Relações Internacionais da PUC-RJ e em congressos de iniciação científica regionais e nacionais.

PRINCÍPIO - O professor João Luiz explica o princípio da inovação elaborada por ele e por Davi: quanto maior a quantidade de bobinas (antenas) utilizadas na captação das imagens emitidas pelo corpo, melhor a qualidade do material. Ou seja, o aumento do número de bobinas diminui o tempo de coleta. “Na ressonância magnética, se você utiliza quatro bobinas em posições diferentes, consegue carregar as imagens na metade tempo”, esclarece. "Agora, que ganhamos tempo, precisamos trabalhar para otimizar a qualidade da imagem com quatro captadores”, explica Carvalho.

Existem boas chances de que, ao terminar a graduação, Davi parta diretamente para o doutorado na University of Southern Califórnia (USC), onde será orientado por Crishna Nayak, mesmo professor que ajudou Carvalho a redigir sua tese de doutorado que desenvolveu uma técnica para medir a velocidade do fluxo sanguíneo no organismo. Carvalho está otimista em relação a ida de seu aluno aos Estados Unidos. “Estou muito otimista. Conversei com Nayak e acho que Davi será aceito na equipe de doutorado do próximo ano letivo nos Estados Unidos”, garantiu.

Carvalho disse que desde que conheceu Davi, há três anos, seu aluno sempre quis estudar fora. “A busca de Davi por universidades nos Estados Unidos partiu dele mesmo”, assegurou. Para o docente, além dos prêmios recebidos por Davi, a USC deve valorizar os trabalhos voluntários desenvolvidos por seu aluno. Apesar da quase certeza de sua ida à América do Norte, Davi é cético: “Só vou acreditar quando estiver lá”, disse.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

APARTIDARISMO E IDEOLOGIA:

Réplica da Aliança pela Liberdade
Ainda que discordemos de alguns pontos do texto Apartidarismo e Ideologia, assinado pelo estudante Guilherme Riscalli (graduando em Filosofia pela USP), não podemos negar que o texto é bem escrito e que suas críticas são bem fundamentadas. Como o texto faz menção a quatro grupos estudantis de quatro universidades (UFRGS, UnB, UFMG e USP) e o trata em bloco, essa réplica se restringe apenas aos pontos em que a caracterização geral não se aplica a Aliança pela Liberdade.

Se compreendemos bem, a tese central do texto é que “esses grupos emergentes” não se enxergam como parte de uma “diversidade política” e negam a existência “de uma partição específica num coletivo social”. O texto possui ainda outras teses secundárias, das quais destaco: (1) a negação da ligação “óbvia” desses grupos com os partidos conservadores (PSDB, DEM e PP) e (2) esses grupos escondem suas intenções e fazem da política uma questão meramente técnica (quer dizer, de eficiência).

Para nós da Aliança pela Liberdade sempre esteve claro que atuamos dentro de uma arena política (a arena universitária), cujo público (os estudantes) não é homogêneo. Ora, como poderíamos achar que somos os únicos a representar a totalidade dos estudantes, se vencemos uma eleição disputada por oito chapas, onde obtivemos menos de 30% dos votos?

O corpo discente apresenta uma enorme pluralidade de opiniões, de interesses, de prioridades e de valores; entretanto, mesmo entre os grupos mais diversos, acreditamos que é possível sim encontrar elementos em comum pelo qual todos podem trabalhar. Não temos a pretensão de ser a única voz dos estudantes e dois gestos da atual gestão exemplificam o que digo. Em pouco mais de um mês de gestão, o Conselho de Entidades de Base (órgão deliberativo com representação dos CAs) foi convocado 4 vezes, uma freqüência muito maior do que se viu nas últimas gestões. Outro gesto foi a indicação dos componentes do Orçamento Participativo, que em 2012 irá gerir 10% dos recursos destinados a Assistência estudantil. Ao DCE cabia indicar todas as cadeiras, mas por iniciativa própria a diretoria destinou 3 cadeiras para cada um dos novos campi da UnB — nos quais chapas oposicionistas venceram; 7 vagas foram indicadas pelo Conselho de Entidade de Base (CEB). Muitos dos eleitos fazem oposição a atual gestão, alguns deles oriundos de chapas concorrentes, ficando o DCE apenas com duas dessas cadeiras.

Se quiséssemos exercer o poder sozinhos, por que convocar tanto os órgãos onde a oposição pode exercer o poder? Por que dividir cadeiras com pessoas que não são da gestão e que nos fazem oposição? O que mais queremos é que a política estudantil reflita a pluralidade existente no corpo discente e para isso é fundamental revitalizar os espaços de deliberação. Preferimos prejudicar a nossa agenda e nossas propostas, se esse for o preço a ser pago pela revitalização do ME. (Como mostrei, as eleições anuais para DCE e RDs, momento de maior mobilização estudantil, 82% dos estudantes preferiram não votar, sendo que em 2009 esse número era ainda maior).

Sobre a ligação “óbvia” com os “partidos conservadores”, quais sejam, PSDB, DEM e PP. A atual gestão, no ato da posse, apresentou certidões emitidas pelo TSE que comprovam a não filiação dos seus membros. A Aliança pela Liberdade não proíbe o ingresso de filiados a partidos políticos (como se costuma repetir). O filiado pode ingressar no grupo, mas não pode assumir cargos no DCE, não pode ser representante discente, nem assumir cargos internos na Aliança. Mentir sobre filiação partidária, ou não atualizar informações, é punido com expulsão do grupo, pois consideramos que honestidade, antes de ser uma qualidade, é um pré-requisito para quem faz política. Se o filiado quiser cooptar o grupo no interesse de seu partido e usar o ME como trampolim político, sua vida será dificultada pelas normas internas: isso deve explicar por que filiados não nos procuram.
Cabe ao autor o ônus de provar a ligação com da Aliança com aqueles ou com quaisquer outros partidos políticos. Se o autor achar ligações dos demais coletivos com os partidos, isso nada prova a nosso respeito. A escolha de tratar esses movimentos como um bloco é do autor, mas isso não exime de provar as afirmações gerais para cada uma das partes.

“Sua pretensão é a de superar as disputas políticas e aparecer como chapa branca, neutra”. Não somos chapa branca, ou neutra, nem a representação de todos, simplesmente porque não acreditamos em nada disso. A política universitária se caracteriza por uma infinidade de questões (tais como segurança, assistência estudantil, regras de convivência, financiamento de pesquisas, infra-estrutura entre inúmeras outras) e em todas elas os estudantes se dividem. As diferenças são tanto de prioridades (ou seja, dos fins últimos das políticas) como diferenças técnicas (ou seja, divergências quanto ao resultado esperado de uma dada política).

Não negamos o jogo político e participamos dele, do mesmo modo que o fazem as chapas ligadas ao PT, ao PC do B, PSB, PSTU, PSOL, PCO, ou os coletivos anarquistas. Dizer que somos “invólucros sem vontade, a serem preenchidos, sem atrito, sem resistência, pelo rosto desse mítico ‘todos” é ignorar nossa história, nossa atuação. Recomendo a leitura do texto “Prestação de contas a comunidade acadêmica”, onde sintetizamos um ano de atuação do grupo. Foram mais de 60 textos, onde nos posicionamos sobre os mais diversos temas da política estudantil.

Em suma, compartilhamos com Guilherme Riscalli os mesmos valores e as mesmas referências. Apenas não achamos que a crítica se aplique ao grupo estudantil Aliança pela Liberdade. A representação do todo e a pacificação da política foram levadas a cabo, ao longo do século XX, por regimes de direita e esquerda, que suprimiram liberdades civis e políticas, instituíram o unipartidarismo e calaram as vozes dissonantes. Caro Riscalli, tanto nossos princípios como nossas práticas se opõem a essa “pacificação da política” e nós repudiamos tanto ideias como regimes que sirvam a essa distopia.

Saulo Maia Said
Membro da Aliança pela Liberdade desde 2009
Graduado em História pela UnB e mestrando em Ciência Política pelo IESP-UERJ (antigo IUPERJ)

sábado, 10 de dezembro de 2011

URGENTE!


Colegas e visitantes,

Hoje teremos uma reunião de apresentação da Nova Gestão do DCE/UnB às 16h no Instituto de Biologia. Mais informações: http://www.dceunb.org/

O convite é para todas e todos aqueles que queiram conhecer o novo grupo, fazendo parte ou não da comunidade acadêmica.

Até lá!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A VITÓRIA DOS SEM PARTIDO


A política é um esforço tenaz e enérgico para atravessar grossas vigas de madeira. Tal esforço exige, a um só tempo, paixão e senso de proporções. É perfeitamente exato dizer — e toda a experiência histórica o confirma— que não se teria jamais alcançado o possível, se não se houvesse tentado o impossível.
Max Weber - Ciência e Política: duas vocações.


*Por Saulo Maia Said

Embora a vitória da Aliança pela Liberdade tenha recebido grande atenção da imprensa local e nacional, aqueles que tinham curiosidade em entender a vitória de um grupo pragmático, sem partidos ainda aguardavam uma análise mais profunda da questão. Entrego ao público um texto que analisa as seguintes questões:
  1. Para além das diferenças entre propostas, o que distingue a Aliança dos demais grupos em termos de atuação política e representação?
  2. Qual a relação da Aliança com os partidos políticos? Anti-partidarismo ou apartidarismo?
  3. A eleição de 2011 (para além da chapa vitoriosa) revela alguma tendência no grau de interesse do corpo discente pela política estudantil?
  4. O que motivou o aumento da votação em cursos que pouco votavam até 2010 e passaram a votar em 2011?
  5. Até que ponto a mudança de padrões eleitorais pode ser atribuído a Aliança pela Liberdade ou as demais chapas?
Boa parte dessas perguntas já foram feitas. O que ofereço ao público é uma análise empírica (com estatística descritiva), baseado em evidências eleitorais e em índices (como a taxa de comparecimento por cursos) que não figuram em nenhuma das análises feitas até então.

Acesse o artigo completo em PDF.

*Saulo Maia Said, graduado em História pela UnB (2007-2010), membro da Aliança pela Liberdade desde 2009. Atualmente é mestrando em Ciência Política pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ), ex-IUPERJ.


terça-feira, 29 de novembro de 2011

A primeira estação do caminho de mudanças: o novo site do DCE

*Por André Maia

Há praticamente um mês a Gestão Aliança pela Liberdade assumiu o DCE/UnB. Inúmeras reuniões têm sido realizadas, projetos elaborados e tocados. De diferentes formas as/os estudantes da UnB têm percebido a evolução qualitativa de sua representação. Contudo, se há algo radicalmente perceptível, é a mudança no site do DCE/UnB. O novo site é a cara da nova gestão: modernidade, eficiência, pluralismo, transparência, clareza e trabalho. Especialmente, muito trabalho.

Modernidade: o site atual é incomparavelmente melhor em relação ao site anterior. Mantido há anos como uma carroça, um objeto de museu, o antigo site tinha aparência e funcionalidade piores do que qualquer blog de amador (como este próprio que você lê agora). O site novo é uma ferramenta bonita e convidativa, que interage com o visitante, sendo a cara de uma universidade de empreendedorismo e inovação. Ele está completamente integrado às ferramentas sociais (Facebook, Twitter e Google+) da chamada web 2.0 e se baseia amplamente em conteúdo gerado pelos próprios usuários - no caso, os estudantes.

Eficiência: o novo site dispõem informações de maneira organizada e útil. A página virtual atinge sua finalidade ao trazer informações de qualidade e interesse das/dos estudantes. A aluna de nossa univesidade sabe que encontrará informações atualizadas e úteis na página de seu diretório. O aluno da UnB sabe que ao entrar na página do DCE não encontrará apenas informações de assuntos externos ao seu cotidiano universitário.

Pluralismo: em sua seção de eventos e grupos, a página do DCE demonstra ser, de fato, de todas e todos os estudantes. O site apenas começou e já percebmos uma participação crescentes de pessoas querendo divulgar seus eventos estudantis, sendo eles dos mais diversos temas e interesses. Assim se organiza o site de uma gestão que pretende representar e não dirigir seus pares.

Transparência: ao contrário de gestões anteriores, a atual Gestão fala e faz! Nas gestões anteriores, era um suplício o simples cumprimento do Estatuto do próprio DCE. Infelizmente as contas raramente eram disponibilizadas no site. Contas de DINHEIRO PÚBLICO. A Gestão atual, por crer que o que é público é de todos, acredita que TODOS devem ter acesso simplificado e periódico às contas da gestão. Existe forma mais eficaz do que nosso site para fazê-lo?

Clareza: o site anterior, além de ser praticamente inútil, era também confuso. As informações estavam dispostas de modo desorganizado, além de ter conteúdo duvidoso, visto que os mais diversos assuntos misturavam-se sem muita explicação. O site atual permite que o visitante encontre de modo claro e rápido as informações que foi buscar.

Trabalho: não, não acredito que tenha sido fácil criar um site eficiente e moderno. Alimentá-lo permanentemente deve ser ainda mais trabalhoso, tanto por razões de forma quanto de conteúdo. Ele é o resultado evidente de quem tem compromisso com sua universidade e emprega seu tempo e esforços em benefício da coisa pública. Esses são os fatos a respeito de um grupo que foi acusado de ser egoísta, apolítico e desmobilizado. Contra a mentira e os falsos discursos a nova Gestão apresenta fatos, trabalho, esforço.

O site do novo DCE é um site de verdade, de uma Gestão de verdade, que representa estudantes de verdade. Convido o leitor a comparar a versão antiga e a nova e chegar às suas próprias conclusões.

*André Maia é bacharel em Relações Internacionais e estudante de Direito pela Universidade de Brasília. É membro fundador e Presidente de Honra da Aliança pela Liberdade.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Junto à Estátua - Luís da Gama

Aliança pela Liberdade é grupo essencialmente preocupado com política, um grupo que busca melhorar a vida das pessoas. Mas se o objetivo de nossa política é a melhora da vida - e vida sem arte não vale a pena! - devemos também nos render, sempre que possível, aos encantos da poesia.

Por isso, uma homenagem à Semana da Consciência Negra vem na forma desse poema de Luís da Gama, nas Primeiras Provas Burlescas de Getulino (c. 1870). Ele: poeta, advogado e político brasileiro de pele negra, amigo de Rui Barbosa e Joaquim Nabuco, que 100 anos antes adiantava-se ao "Preconceito" de João Gilberto e declarava o amor como a primeira forma de rebeldia contra todos os tipos de preconceito.




JUNTO À ESTÁTUA
(No Jardim Botânico de São Paulo)

Em plácida manhã serena e pura,
Sentado à borda de espaçoso lago;
O corpo recostado em frio marmor,
Tórridos membros sobre a terra quedos,
Qual túmido Tritão de amor vencido,
Transpondo as serras, iracundos mares,
D’Aurora o berço perscrutando ousado,
Dolorosos suspiros exalava
Meu frágil peito da natura escravo.

Já nas fúlgidas portas do Oriente
Trajando púrpura majestoso assoma
Luzeiro ardente, que expandindo os raios,
Deslumbra os olhos, e a razão sucumbe;
E, com furtiva luz, pálidas fogem
Notívagas esferas cintilantes.
As brandas auras perfumadas vinham
De grato aroma que invejara Meca,
Nos tortos ramos assoprar de manso.

Em nuvens brancas lá do céu caía
Pranto saudoso que derrama a Aurora,
Que a terra orvalha, que floreia os prados.
Volátil bando de ligeiras aves,
Brandindo as asas pelo ar brincavam,
Modulando canções, ternas endechas

Longe do mundo, das escravas turbas,
Que o ouro compra de avarentos, Cresos
A minh’alma aos delírios se entregava,
A sombra de ilusões – de aéreos sonhos.

Formosa virgem de nevado colo,
De garços olhos, de cabelos louros;
Sanguíneos lábios, elegante porte,
Mimoso rosto de Ericina bela,
Curvando o seio de alabastro fino,
Mimosa imprime nos meus lábios negros
Gostoso beijo de volúpia ardente! –
Vencido de prazer, nadando em gozos,
Já temeroso pé movendo incerto,
Vôo com ela às regiões etéreas
Nas tênues asas de ternura infinda.

Rasgando o véu das ilusões mentidas,
Que est’alma frágil seduzir puderam,
Imóvel terra, cambiantes flores,
Viram meus olhos no romper da Aurora;
E dentre os braços, que cerrados tinha,
Gelada estátua de grosseiro mármore!...

***

Cândidas boninas,
E purpúreas rosas,
Violetas roxas
Do luar saudosas!

Verdejantes murtas,
Redolentes cravos,
Lindas papoulas
Da donzela escravos,

Ao soprar da brisa,
Em balanço undoso,
O mortal encantam
Num sonhar gostoso.

Mas fugindo as nuvens
– Que a ilusão fulgura,
Só vagueia à sombra
Da infernal ventura.

domingo, 20 de novembro de 2011

Semana da Consciência Negra

"Sem a emancipação dos atuais cativos nunca o Brasil firmará sua independência nacional e segurará e defenderá a sua liberal constituição. Sem liberdade individual não pode haver civilização, nem sólida riqueza; não pode haver moralidade e justiça, e sem estas filhas do céu, não há nem pode haver brio, força e poder entre as nações". Joaquim Nabuco, "O Abolicionista, 1863.

O movimento abolicionista brasileiro foi uma luta pela liberdade individual. Era uma luta que não exacerbava nossas diferenças, mas simplesmente aceitava-nas como ricas molas propulsoras de nosso futuro comum, enfatizando a necessidade de igualdade em dignidade em direitos de todos os brasileiros. Era, portanto, uma luta pela liberação do indivíduo para definir sua própria identidade e seu próprio destino.

A transformação essencial, nesse aspecto, é libertária. Anteriormente, quando do império da raciologia, existia uma segregação exógena, em que indivíduos eram segregados conforme suas características fenótipas sem qualquer pró-atividade das próprias pessoas na definição de seus rótulos. Sob a nova lógica impulsionada no Brasil do século XIX, a definição é identitária é endógena, o que implica expressão livre da própria identidade, traçando cada um, assim, seu próprio destino.

Nesta semana, celebramos o aniversário da morte de Zumbi dos Palmares - um dos Herois que tem seu nome gravado no Livro de Aço do Panteão da Pátria e da Liberdade - sob este espírito. A liberdade identitária abre as fronteiras para a apropriação da herança produzida pelos negros brasileiros por todos nós. A liberdade identitária transforma o espírito do segregacionismo exógeno em colaboração, respeito e tolerância. Como dizia Martin Luther King: "devemos aprender a viver juntos em fraternidade ou pereceremos, todos, como tolos". Com isso, esperamos que todos percebam que a história dos negros é a história do Brasil é uma história de luta pela liberdade. E é uma história de todos os brasileiros.

Visite o site do DCE Honestino Guimarães para saber mais: www.dceunb.org.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

A Universidade e a Segurança da Comunidade Acadêmica


Reproduzimos, abaixo, nota do DCE Honestino Guimarães, Gestão Aliança pela Liberdade, sobre a Universidade e a Segurança da comunidade acadêmica.

Nós, da atual Gestão do DCE Honestino Guimarães, já afirmamos nossos princípios e nunca os negaremos. Sempre defenderemos a democracia, o estado de direito, a liberdade de expressão e todas as formas de liberdade. Qualquer uso de violência ou abuso de autoridade deve ser punido. Em um litígio, os abusos que quaisquer das partes ser devidamente averiguados e, caso verificado indício substantivo, as medidas judiciais cabíveis devem ser tomadas.

Antes de tudo, entendemos que seja injusto que a Universidade não possa conviver com as mesmas instituições de segurança do Estado Democrático de Direito que são utilizadas pela sociedade que a sustenta. Se a polícia atua na sociedade, e a Universidade faz parte da sociedade, por que seria temeroso que a mesma instituição atue no campus? Como sustentar a ideia de que a presença da polícia é ilegítima na Universidade, mas não no resto do DF? Como sustentar uma postura segregacionista e elitista que desequilibra a ideia de que todos somos iguais perante a lei ao separar a Universidade da sociedade?

Ressoamos as palavras de Anísio Teixeira, idealizador da UnB: "Democracia, essencialmente, é o modo de vida social em que cada indivíduo conta como pessoa". Acreditamos, portanto, que uma Universidade que não tem muros nem catracas - e não deve criá-los! - não pode separar-se da sociedade e tornar-se uma ilha com direitos desiguais em relação aos dos demais cidadãos.

Por esta razão, os incidentes recentes ocorridos na USP não mudam nossa opinião a respeito da polícia participar do sistema de segurança universitário de forma responsável, deixando-se claro que sustentamos que todo e qualquer abuso de autoridade deve ser punido. Defendemos um policiamento sério, treinado, racional e eficiente que garanta a segurança pública, combata a violência nas universidades e em todos os espaços da cidade. Os dados mostram que a violência na USP diminui fortemente após o começo do policiamento e é isto que queremos para a UnB: diminuição da violência.

Evidentemente, o sistema policial de que dispomos está longe de ser perfeito. Como já dissemos, e diremos quantas vezes necessário for, abusos são inadmissíveis e devem ser punidos! Entretanto, se o policiamento, mesmo não sendo perfeito, é um meio que dispomos para diminuir a violência na UnB, é por isso que lutaremos. O que não pode acontecer é permitirmos furtos, roubos, estupros e demais atentados à vida, ao patrimônio e à liberdade de estudantes, professores, funcionários e visitantes da UnB pelo silêncio negligente e por nossa mera passividade.

Entendemos as particularidades de atuação para cada missão específica dos órgãos de segurança. Por isso, devemos buscar a criação de um Batalhão Universitário - algo similar ao existente Batalhão Escolar - que tenha um treinamento específico e particularidades - como, por exemplo, a atuação exclusiva nas áreas externas da UnB, o uso de armas leves e o estímulo para maior integração com a comunidade universitária. De tal sorte, torna-se imperativa a necessidade de avançar no sentido da construção de um Plano Comunitário de Segurança que envolva iluminação, rotas seguras de saída, treinamento regular dos seguranças e um convênio com a polícia militar nos termos citados acima. Precisamos de uma abordagem completa.

Reconhecemos que a polícia por si só não resolve todos os problemas de segurança. Contudo, tomar uma postura que segrega a Universidade da sociedade que a sustenta tampouco ajuda a resolvê-los. Desta forma, defendemos uma abordagem ampla e integrada da situação securitária na Universidade de Brasília. Lutamos por uma abordagem que rechace todos os abusos de autoridade e sustente as instituições básicas do Estado Democrático de Direito: a defesa dos direitos humanos, a igualdade de todos perante a lei, a polícia e a Justiça, e a garantia da liberdade.

DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES HONESTINO GUIMARÃES
Gestão Aliança pela Liberdade 2011/2012
Twitter: @dceunb

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Nota de Apoio ao Liberdade USP


Ressalva importante: Esta nota não se refere ao posicionamento do DCE Honestino Guimarães, mas ao posicionamento da Aliança pela Liberdade, que inclui diversos alunos e ex-alunos da Universidade de Brasília que não fazem parte da gestão do Diretório. 

A Aliança pela Liberdade, enquanto movimento político e acadêmico, manifesta sua concordância com os objetivos de construção de uma Universidade Livre que foram, até este momento, expressos pelo movimento Liberdade USP - hoje representado na chapa Reação USP. O movimento estudantil brasileiro passa por uma intensa crise de representação. Os velhos métodos decisórios por assembleias pouco representativas não conseguem ser caixa de ressonância a reverberar toda a pluralidade existente em nossas universidades.

Em termos práticos, em uma Universidade de 75.000 estudantes, se um quarto desses se inscrevessem para falar por dois minutos em assembleia geral, a assembleia teria duração de 26 dias ininterruptos. Este é um modelo que, por sua própria natureza, não é representativo. Por isso, neste modelo somente grupos radicalizados conseguem se fazer ouvir - pois mesmo em momentos de crise aguda a participação nas assembleias gerais não chega a 5%. De tal sorte, os estudantes não conseguem se enxergar nas decisões, bandeiras ou tampouco nos métodos políticos dos movimentos radicais instalados há décadas no poder. O pior dos mundos é aquele em que somente os autoritários - sejam eles de direita ou de esquerda - têm voz.

Diante desse cenário, ainda mais agudo na USP nas últimas semanas, entendemos que o Liberdade USP é um movimento que aponta para um movimento estudantil moderno, plural, democrático e libertário. Embora não seja isento de influências partidárias, o Liberdade USP parece tomar as devidas precauções para que filiados não utilizem o ME como trampolim político ou como tentáculo universitário de partidos. Temos esperança de que o Liberdade USP não se furte a endurecer seu posicionamento, se assim necessário for, contra eventuais carreiristas que tentem usar do espírito libertário do grupo para reproduzir o velho modelo de aparelhamento do movimento estudantil por partidos políticos - ainda que com bandeiras de outra cor.

Na atual polêmica envolvendo o convênio da PM com a USP, o Liberdade USP foi o único movimento a defender um plebiscito para que a comunidade acadêmica se posicionasse sobre o assunto. Em contraste, os demais movimentos utilizaram as velhas e esvaziadas assembléias estudantis para declarar a greve geral, que não encontrou adesão encontrou da parte de alunos que não se sentem sequer motivados a participar de assembleias esvaziadas e pouco representativas - como se viu na reação de estudantes Faculdade de Letras que clamavam por aulas e nas declarações unilaterais de normalidade por diversos centros acadêmicos.

O rechaço à opção pelo plebiscito torna evidente tanto a ineficiência das velhas instituições quanto o pouco compromisso dos grupos radicais com a opinião dos alunos. Mais chocante ainda é a tentativa de impor uma decisão por meio de piquetes, em claro atentado à liberdade dos estudantes e em evidente violação ao direito humano fundamental de decidir seu próprio destino sem ser coagido. Aqueles que não querem ouvir os estudantes em plebiscito parecem viver sob o espírito paternalista que assume que os indivíduos não seriam capazes de escolher o que acham melhor para si. Mas qualquer noção de democracia que exclui as bases e o direito à divergência não passa de autoritarismo totalizante.

Os alunos da USP não são apenas os estudantes profissionais que vivem diuturnamente da política e para a política, mas são majoritariamente aqueles que chegam a universidade para estudar, refletir, debater, contestar e criticar as ideias pré-formatadas; para se dedicar ao estudo, à pesquisa e à extensão; para melhorar a si próprio e assim ajudar a melhorar a sociedade. Na Aliança pela Liberdade, somos estudantes que acreditam na supremacia de direitos e liberdades individuais, na defesa das minorias, no respeito aos direitos humanos, no Estado de Direito, na igualdade de todos perante à lei e no direito inalienável que cada indivíduo tem de escolher seu próprio destino.

Enquanto o Liberdade USP se mantiver em comunhão conosco em nossos princípios, seus integrantes contarão com nosso apoio e nossa solidariedade, pois entendemos que estes são princípios que propõem a aproximação da política estudantil a todos os estudantes, reconhecendo a vocação de pluralidade das universidades e compreendendo que os órgãos de representação estudantil devem se propor a servir os estudantes, não a dirigi-los.

ALIANÇA PELA LIBERDADE
Twitter: @liberdadeunb

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Pelo fim das polarizações apaixonadas: um chamado à comunidade acadêmica

*Por Aliança pela Liberdade

Desde que a Gestão Aliança pela Liberdade tomou posse acusações ferozes e infundadas circulam nas redes sociais. Mesmo depois de todos os membros da gestão apresentarem, por iniciativa própria, declarações de não-filiação partidária ao Conselho de Entidades de Base, alguns insistem em imputar-nos o estigma de que teríamos faltado com a verdade durante as eleições. Por meio desta nota, o DCE reafirma o fato comprovado pelas declarações do Tribunal Superior Eleitoral já publicizadas: não há membros filiados na gestão do DCE - sendo fato vencido e público, qualquer tergiversação sobre esse assunto indica má fé ou ignorância. Outrossim, não haverá mais qualquer declaração institucional sobre esta matéria, que passará a ser tratada diretamente pela Assessoria Jurídica do Diretório.

Para além disso, fazemos um chamado à comunidade acadêmica para cooperar conosco no trabalho que já começou - seja atuando como colaborador do DCE nas diversas comissões de atuação, seja fazendo uma oposição vigilante, responsável e de boa fé. Colaboradores são alunos da UnB que decidem ajudar o DCE contribuindo de forma esporádica ou permanente nas atividades do Diretório, mesmo sem fazer parte da gestão. Eles são peças essenciais, pois o trabalho de construir uma UnB livre, eficiente e progressista não é pequeno.

O trabalho já começou e é intenso. Diversas reuniões realizadas com a Reitoria, a OAB/DF, a Secretaria de Segurança Pública do GDF e representantes de Universidades Estrangeiras, dentre outros, têm firmado as diretrizes para que alcancemos aquelas bandeiras que foram escolhidas pelos estudantes da UnB para ser a agenda de ação do DCE: maior segurança no campus, mais recursos em financiamento para pesquisas, mais convênios para intercâmbio, empoderamento dos estudantes por meio dos CAs, assistência estudantil, RU em todos os campi e uma reforma institucional no DCE.

Há muito espaço para colaboração entre os diversos grupos da Universidade de Brasília e esperamos cumprir a missão que acreditamos ser correta, qual seja: a de que o DCE deve servir aos estudantes - e não conduzi-los. Entendemos que mesmo as eventuais discordâncias não devem implicar em irracionais polarizações apaixonadas ou em um espírito fratricida que não colabora em nada com a melhoria da Universidade de Brasília. Por isso, chamamos todos os estudantes ao diálogo e chamamos aqueles que se sentirem motivados a contribuir com uma UnB mais livre ao trabalho.

Se você quer fazer da UnB mais livre, entre em contato com o DCE.

Twitter: @dceunb

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Uma mensagem às mulheres livres


Rose W. Lane, pioneira da liberdade e
da luta contra todos os preconceitos
*Por Carlos Góes
Este texto foi motivado pela seguinte situação, ocorrida durante a cerimônia de posse da Gestão Aliança pela Liberdade para o DCE Honestino Guimarães: "Uma representante do Centro Acadêmico de Sociologia (CASO) disse não se sentir representada por uma mesa composta apenas por homens e pediu para conhecer as mulheres da Aliança. Quando Mariana Sinício, nova coordenadora geral do DCE iniciou as apresentações, veio um grito da platéia: 'submissa'. Mariana interrompeu as vais e pediu respeito: 'Se eu disse que sou coordenadora geral não tem ninguém acima de mim, logo não sou submissa. Vocês pediram para nos apresentarmos, então nos deixe falar'." (para mais, ver Campus Online). Anteriormente, a coordenadora-geral Mariana Sinício tinha declarado: "Nós não nos sentimos excluídas. Na Aliança não existe separação por gênero".

A declaração de que não existe uma diferenciação entre homens e mulheres na Aliança pela Liberdade é perfeita. É exatamente nisso que um pano de fundo de liberdade individual implica. A sociedade ideal em que acredito não é aquela que dá tanto enfoque às diferenças a ponto de exacerbá-las. É um ideal exatamente contrário a isso: é uma sociedade que dê tão pouca importância às diferenças a ponto que elas, embora múltiplas, se tornem banais.

Quando chegarmos à banalização das diferenças, seremos tão diferentes que seremos todos iguais (em dignidade e direitos). Seremos todos igualmente indivíduos, mas sem qualquer tentativa autoritária de uniformização das nossas particularidades. Pois são essas desigualdades múltiplas, essas particularidades diversas, que criam a necessidade de vida em sociedade. É nossa pluralidade que torna a vida tão bela - que torna a liberdade tão necessária.

Para além disso, parabéns pela coragem de terem aceito essa missão em nossa Aliança. Aqui, sabemos que mulheres são competentes, inteligentes e eficientes - e que a única coisa que vocês precisam para conseguir destaque e prosperar é que não haja barreiras de entrada. Aqui, essas barreiras não existem - não fazemos divisão de gênero. Aqui, para parafrasear Martin Luther King, as pessoas são julgadas pelo conteúdo do seu caráter - e não por seu gênero. Não é nada inesperado, portanto, que em um ambiente livre as mulheres se destaquem - e tomem papel de liderança. Vocês são exemplos claros de que política, debate e liderança é sim lugar de mulher - é lugar de mulheres inteligentes e competentes como vocês.

As críticas já começaram a chegar. De forma interessante, a crítica ao sucesso de vocês vem mais de mulheres que de homens. São mulheres que, ao contrário de vocês, têm espírito autoritário e querem-lhes negar sua própria liberdade. Acham que detêm o monopólio da feminilidade - e que as mulheres que não militam do modo que elas acham correto não são "mulheres de verdade", mas somente machos cujos sexos lhes foram arrancados.

Esse espírito totalizante, que quer resumir toda a bela complexidade de todas as mulheres em um tipo ideal, é ignorante. Mulheres são indivíduos completos compostos por diversas identidades: nacional, sexual, ideológica, religiosa, étnica, de gênero, entre outras inúmeras. A identidade individual reside na justaposição dessa miríade de diversas identidades coletivas. Por isso, esse espírito totalizante é ignorante, pois não percebe que as mulheres são tão diferentes entre si quanto em comparação com homens.

Gênero é apenas uma das facetas das mulheres - não sua totalidade. Em última instância, cada mulher (e cada homem) é um universo em si mesma. Universos diversos, plurais, únicos! As diferenças são tão grandes que são... banais! Por isso, louvo o trabalho de vocês não porque vocês são mulheres, mas porque vocês são competentes, inteligentes, eficientes e inspiradoras. Não fazemos separação de gênero porque aqueles que realmente são isentos de preconceito tomam gênero como uma variável irrelevante - o que importa é tão somente o conteúdo do caráter.

Por fim, uma mensagem de ânimo: não se deixem abater. Vocês são mulheres livres. E mulheres livres são aquelas que escolhem seus próprios destinos. Mulheres livres são aquelas que se levantam para defender aquilo que julgam correto - ainda que sob crítica, ainda que tenham de se levantar sozinhas. Vocês não precisam de anuência ou de bênção de ninguém - somente daqueles que vocês livremente escolherem como confidentes e conselheiros.

No fundo, de fato, uma mulher precisa de um homem (ou de outra mulher) tanto quanto um peixe precisa de uma bicicleta. Verdadeiramente, a única coisa que uma mulher precisa é de liberdade. Sendo livre, pode ser plena.

*Carlos Góes é membro fundador da Aliança pela Liberdade, bacharel em Relações Internacionais pela UnB e mestrando em Economia Internacional pela Johns Hopkins University.

O conteúdo deste texto é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião da Aliança pela Liberdade.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Prêmio Nobel 2011 - Economia


Convidamos a todas e todos que visitam este espaço para a apresentação de conjuntura do PET-ECONOMIA da UnB

TEMA: QUAIS FORAM AS CONTRIBUIÇÕES DE SARGENT E SIMS?

QUANDO e ONDE: Sexta-feira, dia 04/11 às 12h, na Sala da Chefia (Dep. Economia, ICC Norte, segundo piso).

APRESENTADORES: Alexandre Sollaci e Nicolas Powidayko

SITE: http://petecounb.wordpress.com/

terça-feira, 1 de novembro de 2011

QUANDO A CORAGEM VENCEU O MEDO - DISCURSO DE POSSE



Estimados membros da gestão cessante e das demais chapas,
Colegas da Universidade de Brasília,
Amigas e amigos presentes,
Boa tarde,

"Todas as coisas brilhantes e virtuosas derivam do trabalho de indivíduos que puderam criar em liberdade". Einstein

É, para nós, uma honra ter recebido um voto de confiança das e dos estudantes da Universidade de Brasília - que escolheram o projeto de uma UnB Livre como diretriz norteadora. Agradecemos a lisura do processo eleitoral, em especial à Comissão Eleitoral, nas pessoas do Fernando, Gustavo Cuia, Heitor, Lázaro, Leandro, Micha e Tatiane.

Somos mais do que rótulos, somos princípios. Queremos fazer uma UnB mais livre, lutaremos até o fim por isso.

Ao assumirmos o Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães, assumimos a responsabilidade de honrar seu nome. Honestino foi um estudante que, assim como nós, se indignou com os absurdos ao seu redor. Sob o manto repressor da ditadura militar, Honestino lutou e morreu por princípios maiores: por democracia, por igualdade de direitos, por li-ber-dade.

Enganaram-se aqueles que, com base em estereótipos, preconceito e ignorância, achavam que esse DCE passaria a se chamar DCE Luís Inácio Lula da Silva - ou DCE Fernando Henrique Cardoso. Aqui assumimos publicamente o compromisso de que o Diretório que carrega o nome Honestino Guimarães não esquecerá seu dever histórico: a luta por liberdade.

Nossa primeira responsabilidade é com aqueles que dependem de assistência estudantil para poder continuar seus estudos. Bolsa permanência, moradia estudantil e alimentação dos estudantes Grupo 1 e 2, inclusive por meio de RU em todos os campi, é um dever da Universidade. Mais de uma vez falamos que o mérito é um de nossos princípios. Portanto, nada mais justo que a Universidade recompense aqueles alunos que, sabemos, pelos diferentes pontos de partida, enfrentaram maiores dificuldades para conquistar o limitado acesso à Universidade pública. Essas lutas também são nossas.

Além disso, precisamos nos preocupar com o cotidiano universitário para permitir que a UnB cumpra sua missão, qual seja: “produzir, integrar e divulgar conhecimento, formando cidadãos comprometidos com a ética, a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável.” Um espírito de conservadorismo espúrio tem afastado a Universidade de sua missão. Somente com o rompimento de preconceitos ideológicos poderemos: aumentar os recursos para pesquisa e inovação; apoiar o aprendizado prático, a responsabilidade sócio-ambiental e o empreendedorismo através de empresas juniores e projetos de extensão; garantir a segurança e integridade física dos estudantes, professores e funcionários; e assegurar os devidos investimentos em infra-estrutura que combinem uma expansão universitária que não atropele o objetivo de excelência acadêmica.

Sabemos que a UnB tem uma vocação de pluralidade. O DCE representa os estudantes. Contudo, seria petulante e autoritário achar que as iniciativas estudantis se resumem àquilo que determina o DCE. Entendemos que o DCE deve apoiar as iniciativas estudantis. O DCE deve servir aos estudantes - e não dirigi-los.

Por este motivo, temos a plena convicção de que os diversos grupos, coletivos e indivíduos que compõem a comunidade acadêmica continuarão a levantar causas importantes em todas as esferas da realidade. Serão causas múltiplas, diversas, contraditórias. É da pluralidade, das diferenças, do debate que deriva a beleza da liberdade.

Alguns alegam que os 1280 votos que nos elegeram não seriam suficientes para garantir a representatividade da gestão. Concordamos que isso seja um problema. Mas, problema maior é o fato de que dos cerca de 33 mil estudantes da UnB, 27 mil escolheram não votar. Há, de fato, uma crise de representatividade no DCE. Mas essa crise de representatividade é do sistema representativo. Esse é nosso diagnóstico - e é por isso que apresentamos uma proposta de DCE parlamentarista: para que os que não se sentem representados tenham voz. Entregaremos nossos cargos no momento em que o Parlamentarismo for aprovado, pois nosso projeto nunca foi um projeto de poder, nosso projeto é um projeto de potência.

Assim, assumimos outro compromisso em nome da nova gestão do Diretório Central dos Estudantes. Não fecharemos a gestão a outros grupos. Nenhum sistema representativo é perfeito, mas os resultados serão muito melhores com respeito mútuo, diálogo, trabalho conjunto e tolerância.

Mesmo dentro dessa enorme pluralidade, há interesses comuns a todos os discentes da UnB. Todos querem que essa Universidade atinja plenamente o seu potencial. É uma questão inclusive de respeito à sociedade que a financia com tanta dificuldade. Mais de um bilhão de reais são investidos na UnB à cada ano. O mínimo que podemos fazer é nos esforçarmos para que ela esteja entre as melhores do mundo! Tão evidente quanto o potencial da UnB é que ele não se concretiza só com ideias. Delas precisa surgir uma postura de irresignação, de união, de trabalho conjunto de onde surgirá a transformação da UnB, do Distrito Federal e do Brasil.

Como afirmamos no começo, a nossa essência são os nossos princípios. Mas, se nossa essência são nossos princípios, nosso corpo é nosso trabalho. Que nos tomem por nossas ações e assim entendam nossos princípios, não o contrário.

O trabalho já começou e quem quiser ajudar é muito bem vindo, há muito a ser feito. Vai ser difícil, nós sabemos, mas vai compensar. A UnB tem tudo para estar no topo. Essa gestão trabalhará porque cada um de nós acredita nisso! Mesmo que alguns tentem impedir esse trabalho, continuaremos lutando. Em respeito aos nossos eleitores, em respeito a todos os alunos e alunas, à comunidade acadêmica e à sociedade brasileira. Continuaremos lutando por uma UnB livre, inclusiva, plural e de excelência.

''A posteridade poderá saber que não deixamos, pelo silêncio negligente, que as coisas se passassem como num sonho'' (Richard Hooker)

Viva a UnB e viva a liberdade! Obrigado!

Davi Brito,
Presidente da Aliança pela Liberdade.

Posse da Aliança pela Liberdade!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Conservadores, não! Esclarecimentos à comunidade universitária


Como se sabe, com 1280 votos, nossa chapa foi consagrada vencedora nas eleições para o Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães da Universidade de Brasília. Esse resultado suscitou variadas especulações por parte de diversos veículos de informação. Diante disso, a Aliança pela Liberdade vem a público prestar os seguintes esclarecimentos:

1- Vínculos com partidos políticos e outras instituições

A chapa eleita, Aliança pela Liberdade, NÃO tem nenhum(a) filiado(a) a qualquer partido político. Não recebemos dinheiro ou apoio deles ou de qualquer outra instituição. Nosso partido – como afirmado não apenas por nosso discurso, mas, principalmente, por nossos métodos – são os(as) estudantes da UnB!

2- Financiamento de campanha

Nossa campanha foi financiada com dinheiro dos membros do grupo e de outros(as) estudantes, num esforço de gastos módicos e racionais. Ou seja, não recebemos recursos de professores ou de quaisquer outros grupos que não alunos(as) da Universidade de Brasília.

3- Projetos políticos

Ao contrário do que foi insinuado por meio de alguns veículos de comunicação, os membros da chapa não têm projeto de carreira política. Qualquer insinuação nesse sentido é desinformação ou má-fé. O nosso projeto, já bastante ousado e árduo, é uma UnB segura, eficiente, de alta qualidade e, principalmente, livre!

4- Conservadorismo e rótulos

Não, a Aliança pela Liberdade, não é uma chapa conservadora. Somos estudantes de ideias livres e audazes, sem discursos moralistas ou moralizantes de qualquer ordem. Acreditamos na liberdade individual, no mérito e no respeito às diferenças de toda ordem, sejam de etnia, orientação ideológica, afetiva, nacionalidade, etc. Conservadorismo seria manter o estado de coisas, um movimento estudantil partidarizado, decadente e cada vez menos representativo. Queremos o contrário, queremos mudanças. A Universidade de Brasília quer mudanças e por isso fomos eleitos.

Ajude-nos a cultivar essa ideia!

Atenciosamente,
Aliança pela Liberdade.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Para além dos votos


*Por Carlos Góes
"Há um terreno superior ao das dissensões políticas em que espíritos de igual tolerância, de igual elastério, de igual patriotismo, podem e devem sempre colaborar uns com os outros, no interesse comum do país; esse terreno pertence a líderes de opinião, como Rui Barbosa, alargar cada vez mais, e dar-lhe a força e a consistência do granito. Creia-me com todos os meus velhos sentimentos de confraternidade liberal, amizade e admiração, Joaquim Nabuco". (14 de maio de 1899)

A Aliança pela Liberdade foi eleita para o Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília com 1280 votos. Mas existem coisas que são mais importantes que os votos: os princípios. É por nossos princípios que, muitas vezes, fomos perseguidos pelos membros do velho movimento estudantil. É pelos mesmos princípios que somos tão estranhos a esse ambiente.

Somos, de fato, o “patinho feio” do movimento estudantil. E somos isso por nos recusarmos a compactuar com o velho modo de tratar os assuntos da Universidade. Rejeitamos o controle da políticas estudantil por partidos políticos, rejeitamos as velhas bandeiras, rejeitamos as estruturas decisórias fascistas utilizadas, em que 100 pessoas "de luta" decidem por 33.000 estudantes. Isso nos faz diferentes. Recordemo-nos de nossos princípios.
Somos estudantes como VOCÊ, cansados do marasmo do movimento estudantil atual - dominado por velhos bordões ideológicos que nada dizem. Somos estudantes de dentro da sala de aula, que não se vêem representados por grupos ligados a partidos políticos e que esquecem até mesmo que Muro de Berlim caiu - continuam a gritar: Fora FMI!, Fora pelegos!, Fora Todos!

Somos estudantes que se preocupam com o dia-a-dia daqueles estudantes que querem fazer seu papel: estudar, refletir, debater, contestar, criticar as ideias pré-formatadas. Somos estudantes que se focam na resolução de problemas cotidianos e na melhoria da vida de cada um.

Somos estudantes que acreditam na supremacia de direitos e liberdades individuais, na defesa das minorias, no respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, no Estado de Direito, na igualdade de todos perante à lei e no direito inalienável que cada indivíduo tem de escolher seu próprio destino.

Somos estudantes que dão valor à LIBERDADE!
Foi sob esse espírito que criamos o grupo. Não foi para querer "combater o mal"; ou para "acabar com os comunistas". Foi, ao contrário, para mostrar que podemos fazer política estudantil com base em princípios. Juntamo-nos em Aliança trazer uma mensagem de ânimo para os estudantes da UnB. Todo o descrédito e perda de legitimidade que os grupos tradicionais têm com os estudantes-que-estudam mostram que a nossa indignação é compartilhada por muitos.

Vamos lembrar desse nosso objetivo original: levamos uma mensagem de ânimo. A Aliança não é e nunca será um projeto de poder, mas é verdadeiramente um projeto de potência. Estamos na UnB para exibir nossas propostas, para defender nossos princípios, para mostrar que existe um grupo na UnB que está mais preocupado com a qualidade da pesquisa, dos professores e com os interesses dos estudantes do que com sair no Correio Braziliense ou do que apoiar piquetes e greve violenta.

A quantidade de votos que tivemos, sinceramente, é algo secundário. É óbvio que ganhar votos é importante, mas os votos só serão verdadeiros, só serão relevantes, se não sacrificarmos nossos princípios. Se os que nos xingam jogam sujo, não vamos fazer o mesmo. Se têm partido, não teremos nós mesmos essa subordinação. Se mentem, não seremos nós a mentir.

Na clássica referência de um ícone cultural contemporâneo, é pelo poder da verdade que, enquanto vivemos, podemos conquistar o universo. Falemos de tudo. Falemos das vinculações partidárias, dos desvios de finalidade, falemos da preocupação midiática. Mas, lembrando do ano passado, em histórico discurso do nosso ex-Presidente da Aliança, vamos endurecer, mas sem perder a ternura - que é como eles gostam. Joguemos duro, mas NÃO joguemos sujo nunca.

A Aliança trabalhou muito e agora logra os frutos da vitória, graças ao espírito livre dos estudantes da UnB. Mas devemos, sempre, recordar a todos daquilo que realmente somos, desde nossa fundação. Daquilo que não podemos nunca deixar de ser.

Esses princípios são maiores que votos. Esses princípios são ideias, são potência. E essas coisas vivem para sempre. Obrigado, antes de tudo, não por ter escolhido a nós, mas por ter escolhido estes princípios.

*Carlos Góes é membro fundador da Aliança pela Liberdade, bacharel em Relações Internacionais pela UnB e mestrando em Economia Internacional pela Johns Hopkins University.

Você cultivou um futuro mais livre!

Obrigado por ter ajudado a cultivar um futuro mais livre! Obrigado pelos 1280 votos que colocaram a LIBERDADE como principal bandeira dos estudantes da UnB!


terça-feira, 25 de outubro de 2011

Eleições - E foi dada a largada!




Começaram hoje as eleições!

Você, estudante de graduação ou pós da UnB, já pode ir às urnas dizer qual das 8 chapas você acredita ser a melhor para o DCE e RDs. Veja aqui onde as pessoas do seu curso votam:


As votações seguem até amanhã, horário a depender da sua urna.

Vote consciente, exerça seu direito com responsabilidade e escolha uma chapa que te represente e que não exclua a sua participação.
O movimento estudantil da nossa universidade precisa destes votos.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

5 perguntas (e respostas) sobre a Aliança!


1 - Quais as principais propostas da sua chapa?Adotar um sistema parlamentarista para o DCE (isto é, o Conselho de CAs – atual CEB – elegeria anualmente a diretoria, para a qual delegaria suas funções executivas);

Defender a presença das fundações de apoio, visando à livre pesquisa acadêmica;

Priorizar a melhora da infra-estrutura da universidade, o que passa por salas de estudo e laboratórios até papel higiênico e toalhas de papel em todos os banheiros e o conserto de cadeiras quebradas;

Defender a criação de um parque tecnológico;

Apoiar as empresas juniores;

Defender o aumento de concessões no campus (lanchonetes, papelarias, Xerox...); Defender o policiamento no campus, visando a melhorar a segurança da comunidade universitária.
2 - Quais são as organizações com as quais vocês tem afinidade? (coletivos, partidos, entidades de classe, etc)
Não somos ligados a partidos, coletivos ou tampouco entidades de classe. Somos um grupo de estudantes independentes, unidos por princípios em comum (a liberdade, a pluralidade e a meritocracia). Mesmo que nossos membros sejam livres para se filiar a partidos, conselhos ou sindicatos, jamais os interesses destas organizações devem prevalecer sobre a nossa preocupação central: a UnB.
3 - Qual é o conceito que a chapa tem de DCE?
A Aliança pela Liberdade compreende a importância do DCE para coordenar as demandas dos estudantes, porém entende que a maneira como o Diretório é organizado há décadas na UnB – e em outras universidades brasileiras – é arcaica e centralizadora. Há pouco espaço para os centros acadêmicos se manifestarem, e as pautas externas (geralmente advindas de interesses político-partidários) se sobrepõem às questões que envolvem mais diretamente a universidade.

Sendo assim, a nossa proposta principal (DCE parlamentarista) é justamente para tornar o Diretório mais próximo dos CAs – e, por conseqüência, dos estudantes.
4 - Qual a origem dos recursos utilizados durante o processo eleitoral?
Contribuições de membros e doações individuais de simpatizantes e apoiadores. Nossos gastos de campanha costumam ser modestos: no ano passado, por exemplo, gastamos apenas R$ 140,00.
5 - O que significa, para vocês, o movimento estudantil?
O movimento estudantil é importante na medida em que é um espaço no qual os estudantes começam a se desenvolver como cidadãos e pessoas preocupadas em contribuir para a comunidade/sociedade em que vivem.

Infelizmente, nas últimas décadas o movimento estudantil vem se desvirtuando, e um dos motivos principais é a cooptação por partidos políticos, estejam eles no poder ou não. Não apenas a União Nacional dos Estudantes, mas também a maioria das entidades representativas dos estudantes brasileiros passa por uma “crise de representatividade”, pois estão afastadas das preocupações do dia-a-dia dos discentes. Chegam ao ponto de considerar estas demandas “menores” perante os supostos “problemas nacionais e internacionais”.

A Aliança pela Liberdade, mesmo que de forma modesta, pretende apresentar uma nova forma de fazer movimento estudantil: volta-se para a excelência acadêmica, para a melhora das condições intelectuais e materiais para que o estudante possa se desenvolver plenamente em suas atividades de ensino, pesquisa e extensão.


(Questionário respondido ao Centro Acadêmico do curso de Direito - UnB.)

terça-feira, 18 de outubro de 2011

DCE parlamentarista: por que aplicá-lo e como funcionaria



Atualmente o Diretório Central dos Estudantes é distante da realidade dos (as) alunos (as) da UnB. Embora o estatuto do CEB tenha várias prerrogativas que lhe garantiriam um bom funcionamento enquanto órgão fiscalizador e deliberativo (anexo 1), quase nada é seguido na prática.

Diante de tal cenário, nossa proposta é uma nova composição, por meio de um sistema parlamentarista. Inspiramo-nos no DCE da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) – anexo 2. Para isso, uma das mudanças que faremos é no o sistema eleitoral. No modelo atual, chapas concorrem ao DCE e ganha quem tiver mais votos em toda a universidade. Isso consiste num modelo majoritário (“presidencialista”), pois a chapa vencedora tem o direito de nomear todos os coordenadores. Cabe ao Conselho de Entidades de Base (CEB) fiscalizar e deliberar, porém na prática ele não realiza nem estas funções, pois tem pouco controle sobre a própria pauta, ficando à mercê da diretoria do DCE.

Em seu lugar, defendemos um modelo parlamentarista: uma vez por ano, os representantes dos centros acadêmicos (CAs) que compõem o CEB (o qual mudaria seu nome para Conselho de Centros Acadêmicos, CCA) se reunirão para votar o Conselho Diretor (novo nome e composição para a coordenadoria geral) do DCE.

Após eleito, o Conselho Diretor (o qual inclui um coordenador específico para cada campus, para aprimorar a integração entre eles) terá poderes executivos. A diretoria necessariamente deverá ser formada por membros do CCA – conseqüentemente, representante(s) de um centro acadêmico; porém, os coordenadores não precisam sê-lo. A propósito, antes da votação os candidatos devem indicar a composição de seu Conselho Diretor e informar os cursos de cada um deles.

Outra mudança em relação ao Diretório atual: o CCA terá controle sobre a sua própria pauta, ao contrário do modelo atual, no qual é a diretoria do DCE que a define; aliás, este é o principal fator que leva ao excesso de assuntos externos à universidade dentro da pauta.

Haverá reuniões ordinárias quinzenais, as quais não precisarão mais ser convocadas pela diretoria; o parlamento tem autonomia para fazer o contrário, isto é, convocar o Conselho Diretor para prestar contas de suas ações. Continuará sendo necessário o quórum de 1/3 dos CAs para que a reunião seja deliberativa.

Por fim, queremos que o CCA seja soberano, e tenha o poder de dissolver o DCE (voto de confiança), caso este esteja descumprindo e/ou desvirtuando suas funções.

Todas estas mudanças farão com que o CCA (atual CEB) exerça melhor seu papel de fiscalização e deliberação, dando-lhe também o poder executivo, o qual delegará para a diretoria e seus coordenadores. Em suma, manteremos boa parte da estrutura do Conselho atual, adicionando a elas elementos inspirados no DCE da UFSJ.

Vantagens

- Impedir-se-ia que uma única ideologia ou partido político tome o DCE. As demandas de cada aluno e curso teriam mais espaço. Ao descentralizar a eleição, o debate se daria em torno dos problemas reais dos alunos de cada curso, e não da cartilha de nenhum partido.

- Fortaleceria o CEB, o qual deixaria de ser um órgão meramente deliberativo e fiscalizador para assumir funções executivas. Como o Conselho Diretor teria que emanar de representantes dos centros acadêmicos, garantir-se-ia que os CAs não sejam meros fiscalizadores do DCE, mas também parte dele. Mais do que isso, garantir-se-ia que as funções de deliberação e fiscalização fossem aprimoradas.

- Daria maior peso e importância para as eleições dos centros acadêmicos, na medida em que os grupos eleitos indicariam os representantes (um para cada CA, como no modelo atual) que, por sua vez, decidiriam o Conselho Diretor do Diretório. Além disso, o voto do eleitor seria valorizado, pois sua decisão passaria a envolver não só algo relativo ao seu curso, mas também à UnB como um todo.

- A influência de grupos externos também seria reduzida, pois a campanha seria mais barata. Fazer campanha só para um curso custa muito menos que fazer campanha na Universidade toda. Dessa forma o peso partidário (que se faz muitas vezes por meio de financiamento das campanhas de suas chapas) seria diluído, uma vez que o diferencial da campanha não seria a quantidade de material, mas a qualidade das idéias.

- Tornaria o DCE mais democrático. Hoje o Diretório é controlado por um único grupo que se considera no direito de falar em nome de todos os alunos da UnB. Num sistema parlamentarista haveria espaço institucional, dentro do próprio DCE, para divergências e oposição. Ou seja, ele voltaria a ser um espaço de debates, ao invés de mero instrumento político.


Anexo 1 – Estatuto atual do DCE da UnB sobre o CEB

Artigo 21 - O Conselho de Entidades de Base, cuja sigla adotada será CEB, é a instância deliberativa imediatamente inferior à Assembléia Geral, composto pelos representantes dos Centros Acadêmicos (CAs) e pela Diretoria do DCE-UnB.

§ 1º- Cada Centro Acadêmico terá direito a um voto e caberá à Diretoria do DCE-UnB apenas o voto de desempate.

Artigo 22 - Compete ao Conselho de Entidades de Base:

- Encaminhar, conjuntamente com a Diretoria do DCE, as deliberações da Assembléia Geral ou do próprio CEB;

- Deliberar acerca de teses, moções, recomendações e propostas;

- Criar e dissolver comissões internas de trabalho, acompanhamento ou averiguação que julgar necessárias;

- Fiscalizar e dar pareceres sobre os relatórios e prestações de conta da Diretoria do DCE-UnB;

- Convocar Congresso Estudantil e Assembléia Geral;

- Elaborar e revogar resoluções que orientem as atividades do DCE, Centros Acadêmicos e representantes discentes nos Conselhos Superiores, Câmaras e demais órgãos colegiados;

- Convocar as eleições da Diretoria do DCE-UnB e dos representantes discentes nos Conselhos Superiores, aprovar o Regimento Eleitoral, analisar e julgar recursos do pleito eleitoral e dar posse à chapa eleita para a Diretoria do DCE-UnB e aos representantes discentes eleitos;

- Receber o repasse dos representantes discentes a respeito das deliberações dos Conselhos Superiores e Câmaras;

- Deliberar sobre os casos omissos deste Estatuto.

Artigo 23 - O CEB reunir-se-á ordinariamente no mínimo duas vezes ao mês e extraordinariamente sempre que convocado com quarenta e oito horas de antecedência pela Diretoria ou por um terço dos Centros Acadêmicos constituídos;

Parágrafo Único - A convocação das reuniões ordinárias do CEB deverá ser feita mediante convocatória com pauta previamente definida a todas as entidades de base.

Artigo 24 - O quorum mínimo para instalação de CEB deliberativo é de um terço do total de Centros Acadêmicos constituídos, tendo caráter apenas consultivo no caso de quorum inferior.

§ 1º - As decisões do CEB serão tomadas por maioria simples dos votos, exceto nos casos previstos neste estatuto.

§ 2º - As deliberações do CEB serão lavradas em ata assinada pela mesa que houver dirigido os trabalhos, devendo ser lida e aprovada na reunião subseqüente.


Anexo 2 – Estatuto do DCE da UFSJ (MG)

Art 21° - O Conselho Diretor é órgão deliberativo e executivo do DCE.

§ primeiro - Durante o período letivo, o Conselho Diretor deve se reunir quinzenalmente.

§ segundo - As convocações para reunião do Conselho Diretor devem ser afixadas em locais visíveis, espalhados por todos os campi da UFSJ.

§ terceiro - Reuniões extraordinárias podem ser convocadas por documento assinado por, no mínimo um quinto (1/5) dos Centros e Diretórios Acadêmicos [alteração nossa em relação ao estatuto original, pois o quórum de 3 CAs do original parece ser insuficiente], ou pelo executivo denominado presidente do DCE, ou pelo denominado secretário do DCE.

§ quarto - As reuniões do Conselho Diretor só têm validade quando abertas a todo o corpo discente, com poder de fala.

§ quinto - O quorum mínimo para instalação do conselho é de um terço mais um dos Centros Acadêmicos existentes [alteração; no original, 50% mais um] na UFSJ, em primeira chamada, e de 20% [outra alteração; no original, 25%] dos Centros e Diretórios Acadêmicos existentes na UFSJ em segunda chamada. (...)

Art 22° - São membros do Conselho Diretor com poder de voto um (1) representante de cada Centro e Diretório Acadêmico.

§ primeiro - Se o curso não tiver um Centro ou Diretório Acadêmico, ou se este estiver desativado ou interditado por problema de qualquer natureza, seu representante deve ser indicado por uma Assembléia dos estudantes do dito curso, contendo 50% dos estudantes em primeira chamada e 10% na segunda chamada, cuja ata devidamente lavrada deverá ser entregue ao secretário e ao presidente do DCE diante do Conselho Diretor.

§ segundo - Cada Centro Acadêmico é completamente autônomo para indicar seu representante e dois (2) suplentes pelo método que desejar e ou rezar seu estatuto, mas precisará fornecer ao secretário e ao presidente do DCE, diante do Conselho Diretor, uma ata da indicação do representante assinada pela maioria absoluta dos membros da direção do CA. (...)

§ quarto - Um Conselheiro perde seu poder de voto assim que o Centro Acadêmico de seu curso desejar substituí-lo, sem direito a apelação, uma vez que o voto pertence ao CA, não a seu representante na instância do DCE.

Art 23º - Compete ao Conselho Diretor convocar Assembléias e Congressos, dirigir o DCE e seus recursos.

Art 24º - O Conselho Diretor é obrigado a eleger, dentre quaisquer estudantes, os seguintes executivos:

a) Um (a) presidente com, dentre outras, a função de presidir suas reuniões e dar o voto de Minerva.

b) Dois secretários (as) com, dentre outras, a função de convocar e lavrar as atas das reuniões.

c) Dois tesoureiros (as).

d) Um coordenador para cada Campus.

e) Todos os representantes discentes nos colegiados da UFSJ.

§ único - O Conselho Diretor pode criar outros cargos executivos, sempre com funções claras e restritas.

Art 25º - O Conselho Diretor pode substituir o presidente, o tesoureiro, o secretário e qualquer outro executivo quando quiser, sem aviso prévio, porém constando na pauta.
§ único - O quorum mínimo para a substituição de um membro do cargo executivo é de metade mais um dos membros do Conselho Diretor.

Art 26º - Os executivos não têm mandato, são somente executores de ordens, não dirigentes.

§ primeiro - Os executivos não têm um tempo mínimo de permanência no posto, podendo ser substituídos quando o Conselho Diretor assim desejar, mas têm um tempo máximo de dois semestres letivos, ao final dos quais seus cargos estarão automaticamente à disposição do Conselho Diretor, que deverá renovar ou modificar as indicações.

§ segundo - Uma reunião de executivos não é uma diretoria do DCE, pois as funções de diretoria são exercidas pelo Conselho Diretor.

Art 27º - O presidente do DCE, indicado pelo Conselho Diretor tem as seguintes funções:

a) Representar o DCE social, política, jurídica e judicialmente, sendo que o Conselho Diretor pode determinar que constitua procurado para fins judiciais;

b) Presidir as reuniões do Conselho Diretor; (...)

e) Assinar, juntamente com o secretário, atas e documentos do DCE.

Art 28º - O primeiro secretário do DCE, indicado pelo Conselho Diretor tem as seguintes funções:

a) Fazer com que aconteçam as reuniões do Conselho Diretor, convocando-as. (...)

d) Lavrar as atas das reuniões do Conselho Diretor, das Assembléias e dos Congressos.

e) Elaborar relatórios semestrais da atuação do Conselho Diretor, para aprovação deste e da Assembléia. (...)

Art 29º - O primeiro tesoureiro do DCE, indicado pelo Conselho Diretor tem as seguintes funções:

a) Executar as decisões do Conselho Diretor referentes aos recursos financeiros do DCE. (...)

i) Receber e contabilizar os recursos que forem destinados ao DCE. (...)

k) Entregar ao Conselho Fiscal, assim que este for criado e ou sempre que seus membros pedirem, xerox de todos os livros contábeis, incluindo os livros das notas fiscais, o livro de recibos e todos os outros que existirem. (...)

Art 30º - O Conselho Fiscal deverá ser eleito por uma Assembléia. (...)

Art 31º - Ao Conselho Fiscal compete:

a) Apreciar e decidir, por maioria absoluta, se as contas do DCE estão ou não corretas. (...)

c) Tornar públicas suas resoluções, em documento assinado por todos ou pela maioria de seus membros, sobre a regularidade ou irregularidade das contas do DCE.

Art 32º - O Conselho Fiscal deve ter completa liberdade de examinar as contas do DCE, examinando todos os seus livros diante do Conselho Diretor, ou levando as fotocópias desses livros para os examinar sem a presença do tesoureiro.

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